Arroio Grande - RS - ProCep

O povoado foi iniciado no ano de 1803, por Manuel Jerônimo, provavelmente Manuel Jerônimo de Sousa, avô do Barão de Mauá. Em 1812, o terreno sobre o qual foi edificado, até então dedicado à criação de gado, foi doado espontaneamente à Nossa Senhora da Graça, por Manuel de Sousa Gusmão e sua esposa, Maria Pereira das Neves.
Diz a tradição que, algum tempo antes da fundação do povoado, deu-se certa divergência quanto ao lugar em que, definitivamente, deveria ser instalada a povoação. Opinavam alguns que fosse à margem direita do Arroio Grande, outros à margem esquerda, no lugar em que hoje se situa a cidade. A contenda foi vencida pelos parti­dários da margem esquerda, que assim procederam: à distância de mais ou menos 7 quilôme­tros, mandaram construir um rancho, com paredes de pau-a-pique, que foi cuidadosamente co­locado sobre quatro rodas, à noite, e puxado por bois até o local em que mais tarde deveria ser construída a igreja matriz. Os habitantes da margem direita, que já haviam começado as obras de uma igreja de material, templo que não foi terminado e do qual ainda existem as ruínas, fo­ram surpreendidos, ao amanhecer, pelo alegre repicar dos sinos, anunciando que, na margem esquerda, um padre, de antemão prevenido, dizia a primeira missa, no curato de Nossa Senho­ra da Graça de Arroio Grande. A capela de Nossa Senhora da Graça de Arroio Grande foi constituída por provisão de 14 de dezembro de 1815 e confirmada por D. João VI a 15 de abril de 1821.
Durante a Revolução Farroupilha, o território de Arroio Grande foi palco de grandes lutas, nas quais tomaram parte, entre outros, João da Silva Tavares, que derrotou pelas forças imperiais o farrapo Manuel Antunes de Porciúncula e que, mais tarde, foi vencido por David Canabarro, famoso chefe farroupilha.